(Valentim Antônio Rodrigues)
A harmonia do universo, mais notadamente do nosso planeta, não pode ficar a mercê das posturas enganosas da maioria dos homens. Não é algo que possa ser criado através de decretos legislativos e obrigado à aceitação ou forçado pelos executivos e judiciários das leis humanas.
Quando esse objetivo for alcançado pelos nossos irmãos do planeta, não terá sido por imposição das leis humanas nem de forma obrigatória, pois certamente o cumprimento de tais leis estaria sendo executado contra a vontade daqueles que ainda não desenvolveram os predicados necessários; e isso ainda acontece com a grande maioria dos homens no atual estágio evolutivo em que se encontra a sociedade terrestre.
A harmonia e a igualdade, como nós entendemos, não podem ser impostas; pelo contrário, deverá ser uma conquista da sociedade humana através do lento processo evolutivo e do crescimento psicológico e espiritual.
Do contrario, será sempre um rótulo a mais, colado na personalidade dos homens, que não deixará de ser algo superficial que poderá ser descolado, excluído da vida humana, pelo simples fato de ainda não fazer parte intrínseca da essência do homem ou de estar incorporado e estabelecido definitivamente em sua personalidade.
A harmonia entre os povos, as nações e os indivíduos não é algo que possa ser forçado por leis humanas, mas por atitudes decorrentes de extenso processo evolutivo, que visem os princípios básicos de espiritualidade, fraternidade e igualdade.
É certo que algumas leis são necessárias para se evitar o caos geral, mas querer que estas substituam a educação espiritual, que levaria a sociedade a um grau desejável de harmonização, é resvalar para os extremos indesejáveis, pois a tendência por parte do ser humano, como ocorre com os irracionais, é acostumar-se com determinadas imposições, é abrir mão da sua individualidade, da sua liberdade de expressão e, daí em diante, só responder aos açoites dessas mesmas leis, ao treinamento e à lavagem cerebral a que foi submetido, e dificilmente conseguirá se espiritualizar e se harmonizar por iniciativa própria e por livre e espontânea vontade.
Portanto, qualquer lei, qualquer sistema de governo que vise à harmonia e à igualdade através de decretos humanos, não deixará de estar sempre remendando os velhos remendos de um passado de incúrias e desatinos; estará fadado ao fracasso, como sempre ocorreu.
O caminho para a redenção da sociedade humana passa, irremediavelmente, pela espiritualização, mas não uma espiritualização de rótulos, de imposições, de dogmas, como ocorre frequentemente na maioria das vezes, mas uma espiritualização verdadeira, raciocinada, almejada e praticada, pois, quando ela estiver estabelecida, o comportamento do homem estará em consonância com a consciência cósmica.
Aí, então, os resultados das ações humanas serão espontâneos em direção à harmonia verdadeira. Isso, fatalmente, deverá acontecer, mesmo que, de momento, pareça ser uma utopia.
Pensem nisso…
Valentim Antônio Rodrigues